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“Eu nasci para estar calado. Minha única vocação é o silêncio. Foi meu pai que me explicou: tenho inclinação para não falar, um talento para apurar silêncios. Escrevo bem, silêncios, no plural. Sim, porque não há um único silêncio. E todo o silêncio é música em estado de gravidez.
“Eu nasci para estar calado. Minha única vocação é o silêncio. Foi meu pai que me explicou: tenho inclinação para não falar, um talento para apurar silêncios. Escrevo bem, silêncios, no plural. Sim, porque não há um único silêncio. E todo o silêncio é música em estado de gravidez.
Quando me viam, parado e recatado, no meu invisível recanto, eu não estava pasmado. Estava desempenhado, de alma e corpo ocupados: tecia os delicados fios com que se fabrica a quietude. Eu era um afinador de silêncios.”
- Mia Couto, em "Antes de Nascer o Mundo". São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2009.
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No Sala de Visita de hoje, Pedro Herz recebe Mia Couto. O autor, nascido em Moçambique, iniciou a sua trajetória literária aos 14 anos, e hoje as suas obras são traduzidas e publicadas em 24 países. Mia Couto é o único autor africano membro da Academia Brasileira de Letras e já recebeu inúmeros prêmios pela sua obra.
Escritor moçambicano Mia Couto conversa sobre infância, sentimentos e a importância da literatura na construção das relações
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O homem sensível | Mia Couto
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Mia Couto na Aula Magna (Brasil)
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Mia Couto lê José Saramago
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O Letra em Cena on-line abre sua temporada 2021 analisando a obra do escritor português José Saramago (1922-2010), vencedor dos prêmios Nobel (1998) e Camões (1995).
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Assista ao filme “Terra Sonâmbula”, baseado na obra de Mia Couto
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